segunda-feira, 13 de julho de 2009

Se puder não MUDE

Faltam-me as qualidades intelectuais para avaliar projectos culturais de grande envergadura como este museu do contemporâneo, mas sei duas coisas: Deve ter custado muito dinheiro e não era interessante. Não pretendo ser mais do que sou, não gostei, não senti nada, achei banal e "vulgareco" no sentido em que alguém achou que bastava espalhar por ali umas coisas em jeito retro.
Sei apenas que senti os "fantasmas" que ainda habitam aquela antiga sede do Banco Nacional Ultramarino, encostado ao gigantesco balcão de pedra polida que circunda todo o andar térreo, fechei os olhos e senti a agitação que ali se vivia, as aberturas de conta, os negócios penhorados, os jovens casais e suas escrituras, a infinita burocracia kafkiana dos empréstimos, os saldos positivos e os negativos de incontáveis historias de balcão. Sei que ainda estão lá, empregados e clientes, como que aprisionados num filme a preto e branco sem intervalos e portanto sem fuga. Naquele lugar o ar pesou-me nos ombros, empurrou-me para baixo, deixou-me triste.

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